Economia

Pelotas recupera emprego em serviços, mas recua na indústria

Segundo Caged, diferença entre entradas e saídas no mercado formal em junho ficou negativa em 86 vagas; mas soma do semestre é positiva

Foto: QZ7 Filmes - DP - Em Pelotas, no mês de junho, 2.456 trabalhadores conquistaram carteira assinada

O mês de junho em Pelotas teve desempenho negativo em relação à entrada e saída no mercado de trabalho, ficando com a diferença de 86, embora o resultado apresente a menor variação do ano. A boa notícia é que o setor de serviços ainda segue empregando mais do que demitindo. Na outra ponta está a indústria, que puxou para baixo a movimentação do mês.

Os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apresentam o mesmo panorama em Rio Grande, mas com desempenho melhor no comércio, e no Rio Grande do Sul, com saldo negativo de 211 vagas. Já no País, são 157.198 pessoas a mais empregadas nesse período.

Ainda no mês passado, em Pelotas, 2.456 trabalhadores conquistaram carteira assinada. Porém, em contrapartida 2.542 perderam seus empregos. Na evolução das movimentações de 2023, o comportamento do mercado de trabalho em junho foi melhor que em relação a maio, reduzindo em 76% a diferença no saldo negativo, passando dos então -359 para os atuais -86. Já o estoque segue a média de 62.380 postos formais na cidade, sendo que em janeiro foram 61.851 e agora em junho, 62.384.

"Nós tivemos um saldo negativo, mas crescemos no setor de serviços e perdemos na indústria. Um pouco pela dificuldade que o setor está passando, o consumo realmente nos últimos três meses tem caído. Não é uma coisa preocupante, mas é 0,14% de decréscimo. Perder postos de trabalho sempre é ruim", avalia o secretário municipal de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, Gilmar Bazanella. Um dos motivos do desempenho apresentado pelo setor foi o fechamento de um frigorífico em Pelotas. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação de Pelotas (Sticap), o encerramento das atividades se refletiu na demissão de 50 funcionários no mês passado.

Para Bazanella a tranquilidade com relação am emprego em Pelotas está no saldo positivo dos últimos 12 meses. O secretário considera o crescimento relativamente bom comparado com o Rio Grande do Sul e o Brasil. "A expectativa é que com essa renegociação de dívida que o governo federal colocou em vigor, as pessoas possam ser novamente inseridas no mercado de consumo e este volte a crescer. Não é só uma questão de renda. Por vezes, temos uma venda a prazo que é importante e que tem um número importante de pessoas que não conseguem acessar e comprar a prazo por conta das restrições", aponta. Bazanella lembra ainda do Programa Regularize do governo federal, além de torcer para que os índices inflacionários diminuam para uma flexibilização nas taxas de juros. "Com isso, a própria indústria flexibiliza mais os prazos para os varejistas e, consequentemente, os varejistas para os consumidores."

Análise
Em Rio Grande, além do setor de serviços, o de comércio também terminou positivo. Para o professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Tiarajú Alves de Freitas, as flutuações que ocorreram no emprego no último mês dos dados divulgados pelo Caged refletem mais situações das mudanças necessárias de substituição de mão de obra ou de realocação de funções do que alguma situação de crise do emprego nas economias das cidades de Rio Grande e Pelotas. "No Brasil o setor de serviços tem um papel importante na geração de emprego nos municípios brasileiros. É uma característica da nossa economia onde este segmento costuma ser responsável por 75% do emprego no País." Um exemplo está na divulgação de vagas de emprego pelo Sine. Somente na sexta-feira, das 47 ofertas, 41 eram no setor de serviços, três na construção e três no comércio.


Queda no desemprego
A reboque dos dados do Caged, a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, divulgou o resultado do trimestre móvel sobre o desemprego em que a taxa caiu 8%. Com isso, ainda há 8,6 milhões de brasileiros desocupados. Empregos informais puxaram o aumento na ocupação. Este é o menor resultado para o período desde 2014. Referente ao trimestre anterior, a redução foi de 0,8% e, para o mesmo período do ano passado, de 1,3%.

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